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Edwin Shneidman (1918-2009) foi um psicólogo clínico americano com grande importância no estudo do suicídio. Professor de Tanatologia nos EUA, ficou conhecido no mundo inteiro pelo seu contributo para o estudo dos comportamentos autodestrutivos. Com Norman Farberow e Robert Litman, fundou o Centro de Prevenção do Suicídio de Los Angeles, cuja ação serviu de modelo a muitas organizações fundadas noutros países com objetivos semelhantes. Devemos a Shneidman um conjunto significativo de livros e artigos científicos, na sua maioria muito inspiradores, e que contribuiu para a formação de muitos suicidologistas no mundo inteiro.
Pouco tempo antes de morrer disse numa entrevista que tinha dedicado toda a sua vida ao estudo da morte e do suicídio, mas que seria melhor ter privilegiado o estudo do amor. Se tivesse tomado essa opção não sabemos se teria deixado obra tão significativa, mas por certo teria contribuído para esclarecer a relação entre o amor e o suicídio, porque não há dúvida que falta sempre o amor quando alguém atenta contra a própria vida.No seu interessante livro The suicidal mind (New York, Oxford University Press, 1996), Shneidman afirma que a chave para compreender o suicídio é feita de linguagem simples, isto é, são as palavras que os suicidas utilizam que formam o vocabulário essencial do suicídio, pelo que a conclusão a tirar só pode ser uma: a prevenção do suicídio é um assunto de todos. Segundo este autor, o suicídio tem origem na dor psicológica que por sua vez resulta da frustração das necessidades psicológicas básicas de cada indivíduo.
As causas mais profundas mergulham nas profundezas da personalidade que se formam na infância precoce, pelo que as palavras-chave são infelicidade e infância. Na conclusão desta obra, Shneidman afirma que a prevenção do suicídio se faz “com a mudança da nossa perceção da situação e com a redefinição do que é insuportável”, sendo necessário “tudo fazer para compreender as nossas próprias tendências, pensamentos e impulsos para o suicídio, num esforço para transformar esses impulsos autodestrutivos em conhecimentos que salvem vidas”.
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